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Livro o Evangelho Segundo espiritismo - Espírita Digital

Evangelho SeguNdo o EsPiritismo

1864

PersonAgEm

PosTs ReLacionAdos

Para bem compreender certas passagens dos Evangelhos, faz se necessário conhecer o valor de algumas palavras que são freqüentemente empregadas. Elas caracterizam o estado dos costumes e da própria sociedade judia da época. Essas palavras, já não tendo o mesmo sentido na atualidade, são freqüentemente mal interpretadas e, por isso, resultam em alguma incerteza.
A significação delas, na época, lhe permitirá conhecer o verdadeiro sentido de certas máximas que, sem o seu domínio, lhe parecerão um tanto confusas.

Samaritanos
Após o cisma das dez tribos, Samaria tornouse a capital do reino dissidente de Israel. Destruída e reconstruída muitas vezes, ela se tornou, sob a administração dos romanos, a cabeça da Samaria, sendo uma das quatro divisões da Palestina. Herodes, aquele chamado o Grande, chegou a embelezá-la com suntuosos monumentos e, para ser agradável a Augusta, deu-lhe o nome de Augusta, em grego Sebaste. Os samaritanos estiveram, quase sempre, em guerra com os reis de Judá. Uma aversão profunda, nascida desde a separação, perpetuava-se constantemente entre os dois povos que, por isso, evitavam relações entre si. Os samaritanos, ainda para aprofundar a separação e não terem de ir a Jerusalém para a celebração das festas religiosas, construíram um templo particular e adotaram algumas reformas. Admitiram apenas o Pentateuco, que continha a lei de Moisés, e rejeitaram todos os demais livros que lhe foram anexados.

Os seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais alta antigüidade. Para os judeus ortodoxos, os samaritanos eram considerados heréticos e, por isso mesmo, menosprezados, anatematizados e perseguidos. O antagonismo das duas nações tinha, por único fundamento, a divergência das opiniões religiosas, se bem que as suas crenças tivessem a mesma origem. Eles eram os protestantes de seu tempo. Os samaritanos são encontrados, ainda hoje, em algumas regiões do Oriente, particularmente em Nablusa e em Jafa. Observam com mais rigor a lei de Moisés do que os demais judeus. Só contraem aliança entre si.

Nazarenos
Este era o nome dado, na antiga lei, aos judeus que faziam voto, ou por toda a vida ou apenas temporariamente, de conservar uma pureza perfeita. Comprometiam-se, portanto, a manter a castidade, a não tomar bebidas alcoólicas e a conservar a cabeleira. Sansão, Samuel e João Batista eram nazarenos. Os cristãos, mais tarde, receberam esse nome dos judeus, por alusão a Jesus de Nazaré. Essa foi, também, a denominação duma seita herética dos primeiros séculos do cristianismo que, do mesmo modo que os ebionitas, dos quais adotava certos princípios, mesclavam as práticas do moisaísmo com dogmas cristãos. Esta seita desapareceu no século quarto.

Publicanos
Na antiga Roma, eram chamados de publicanos aqueles que eram arrendatários de tributos públicos, encarregados da cobrança de impostos, taxas e rendas de qualquer natureza, na própria Roma e em outras partes do Império Romano. Eram análogos aos arrendatários do antigo regime francês e que ainda existem em certas regiões. Os riscos a que se sujeitavam, no desempenho de suas funções, levavam a que se fechassem os olhos para as riquezas que acumulavam e que, da parte de alguns, eram produtos de corrupção e benefícios escandalosos. Mais tarde, o nome de publicano se estendeu a todos os que manipulam o dinheiro público e a seus auxiliares subalternos. Atualmente esse é um designativo pejorativo, atribuído a financistas e agentes pouco escrupulosos no trato com negócios. Algumas vezes se diz: – “Ávido como um publicano ou rico como um publicano”, para indicar uma fortuna de má origem. O tributo foi o que mais dificilmente os judeus aceitaram, de toda a dominação romana. Tornou-se a causa de muita irritação. Em razão dele nasceram muitas revoltas e, finalmente, transformaramno em questão religiosa, apresentado como sendo contrário à lei. Formou-se, inclusive, um partido poderoso, à frente do qual se colocou um certo Judá, chamado “O gaulonita”, partido esse que tinha por base o não pagamento do tributo. Os judeus tinham horror pelos tributos, e por conseqüência, por todos os que eram encarregados de recebê-los. Daí nascia a aversão deles pelos publicanos de todas as categorias, entre os quais, no entanto, podiam encontrar-se pessoas de bem. Mas em razão de suas funções, eram desprezadas, assim como as demais pessoas que com elas mantinham relações, as quais eram atingidas pela mesma reprovação. Os judeus mais distintos consideravam que se comprometeriam se tivessem alguma intimidade com os publicanos.

Os portageiros
Estes eram arrecadadores de baixa categoria, incumbidos, principalmente, da cobrança de direitos de entrada nas cidades. Suas funções correspondiam aproximadamente às dos empregados de alfândega e de recebedores de pedágio e de direitos de barreira. Devotava-se-lhes a mesma repulsa que se dava aos publicanos em geral. É por esta razão que, nos Evangelhos, se depara freqüentemente com a palavra publicano, seguida da expressão gente de má vida. Esta qualificação não implicava uma ponta de deboche ou considerá-los vadios, mas era sinônimo de gente de má companhia, indigna de freqüentar a casa e a roda de pessoas muito distintas.

Fariseus
(do hebreu parasch, significando divisão, separação).
A tradição formava uma parte importante na teologia judaica. Consistia numa compilação de interpretações sucessivamente dadas às Escrituras e que, por isso, se transformavam em dogmas. Tais interpretações, entre os doutores, se sujeitavam a intermináveis discussões, algumas vezes por simples questão de palavras ou de formas de colocá-las. Resultavam numa disputa teológica do mesmo gênero que o das sutilezas escolásticas da Idade Média. Dessas discussões nasceram diferentes seitas que pretendiam trazer para si o monopólio da verdade. Como decorre desses acontecimentos, as seitas se detestavam cordialmente uma às outras. A mais influente, dentre essas seitas, era a dos fariseus, que teve por chefe Hilel, doutor judeu nascido em Babilônia e fundador duma escola célebre, cujos ensinamentos propunham que só se devia depositar crença nas Escrituras. A origem desta seita remonta a 180 ou 200 anos antes de Cristo. Os fariseus foram perseguidos em diversas épocas, notadamente sob Hircano, soberano pontífice e rei dos judeus, Aristóbulo e Alexandre, rei da Síria. Releva notar que este último, Alexandre, conferiu honras e bens aos fariseus, que os conservaram até a ruína de Jerusalém, no ano 70 da era cristã, época em que se apagou o nome deles com a dispersão dos judeus. Os fariseus tomavam uma parte ativa nas discussões religiosas. Com atitudes de servis observadores das práticas exteriores do culto e de cerimoniais, demonstravam zelo ardente por fazer prosélitos. Colocavam-se como inimigos dos invasores e afetavam uma grande severidade de princípios. Contudo, por trás dessa aparência de grande devoção, ocultavam costumes dissolutos, excessivo orgulho, alimentando-se de grande desejo de dominação. A religião, para eles, era simples meio para chegarem a outros fins, sem que tivessem pela religião uma fé sincera.

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