ResumO dA DOuTrina de SÓcraTeS e PlaTãO

PaRTe 1

AssuNtOS

LivRO

Livro o Evangelho Segundo espiritismo - Espírita Digital

Evangelho SeguNdo o EsPiritismo

1864

PersonAgEm

PosTs ReLacionAdos

I. O homem é uma alma encarnada. Antes de sua encarnação, ela estava unida aos tipos primordiais, unida às idéias da verdade, do bem e do belo. Separando-se desse estado, ao encarnar, ela se sente mais ou menos atormentada ao recordar o seu passado, por desejar voltar ao que era.
Seria quase impossível enunciar com mais clareza a distinção e independência entre o princípio inteligente e o princípio material. Destaca-se, também, por outro lado, a doutrina da preexistência da alma; da vaga intuição que ela conserva de um mundo pelo qual aspira; da sua sobrevivência ao corpo; de sua vinda do mundo espiritual para encarnar e de seu retorno a esse mesmo mundo de origem, após a morte.
Esse é o germe da doutrina dos Anjos decaídos ou depostos.
II. A alma se extravia e se perturba, quando se utiliza do corpo para contatar qualquer objeto. Sente vertigem, qual se estivesse embriagada, porque se une às coisas que são, pela própria natureza, sujeitas a mudanças. Quando, porém, ela contempla a sua própria essência, ela contata com o que é puro, eterno, imortal e, portanto, igual à sua própria natureza, permanecendo aí unida pelo mais longo tempo que possa. Cessam, aqui, os seus extravios e a sua perturbação, uma vez que ela está unida ao que é imutável e a esse estado é que se chama sabedoria.

Se você aprecia alguma coisa de modo terra a terra, do ponto de vista material, criará em você mesmo uma ilusão. Para apreciá-la, porém, com justeza, deverá examiná-la de modo mais alto, menos terra a terra, partindo para considerá-la do ponto de vista espiritual.
Você será verdadeiramente prudente se, em todas as circunstâncias, isolar a alma do corpo para ver com os olhos do espírito.
Este é, também, um ensinamento do Espiritismo (cap. II, n.º 5).

III. Ao estarmos em nosso corpo e a alma permanecer mergulhada na corrupção, jamais possuiremos o objeto de nossos desejos: a verdade. O corpo nos cria mil obstáculos, pela necessidade mesmo de cuidarmos dele com esmero. Ele nos enche de desejos, de apetites, de temores, de mil quimeras e de mil tolices, de tal modo que se torna impossível sermos de bom senso por algum instante. Mas, se nos torna impossível conhecer puramente alguma coisa, enquanto a alma está unida ao corpo, entre essas duas coisas haverá uma: ou não conheceremos jamais a verdade ou iremos conhecê-la após a morte. Libertos dos grilhões do corpo, conversaremos então, é lícito esperá-lo, com outros homens igualmente livres, libertos, e conheceremos por nós mesmos a essência das coisas. Em decorrência disso é que os verdadeiros filósofos se exercitam em morrer e a morte não lhes parece, de nenhum modo, terrível.
Este é o princípio de obscurecimento das faculdades da alma, por ter de manifestar-se por intermédio dos órgãos corporais e o da expansão de suas faculdades após a morte. Essa expansão, contudo, se dará com almas elevadas, despojadas das impurezas, não ocorrendo o mesmo com as almas impuras (O Céu e o Inferno, 1ª parte, cap. II; 2ª parte, cap. I).

IV. A alma impura, nesse estado, sente-se oprimida e é arrastada para o mundo visível, pelo horror que sente pelo que é invisível e imaterial. Ela vagueia, diz-se, em torno de monumentos e de túmulos, junto aos quais já se tem visto tenebrosos fantasmas,como devem ser as imagens das almas que deixaram os corpos físicos sem terem alcançado a pureza. Conservando qualquer coisa da forma material, isso faz com que as vistas humanas possam percebê-las.
Esses fantasmas não são as almas dos bons, mas dos impuros. Elas se vêem forçadas a vagar por tais lugares, carregando a pena de sua primeira vida. Continuarão a vagar, até que os apetites inerentes à forma material de que se revestiram as reconduzam a um novo corpo. Elas retornarão, sem dúvida, aos mesmos costumes que, no curso de sua primeira vida, foram o objeto de sua predileção. Não temos aí, somente o princípio da reencarnação, inteiramente e claramente expresso. Temos, também, o estado das almas que se mantêm presas à matéria, descrito da mesma forma que o Espiritismo mostra nas evocações. Diz-se, também, que a reencarnação da alma num corpo material é uma conseqüência da própria impureza da alma, enquanto que as almas purificadas estão livres, franqueadas de reencarnar.
O Espiritismo não diz outra coisa. Acrescenta-se, tãosomente, que a alma que boas resoluções tomou quando na erraticidade, e que possui conhecimentos adquiridos, traz consigo, ao renascer, menos defeitos, mais virtudes e muitas idéias intuitivas de sua precedente existência. Assim é que cada existência significa para a alma um progresso intelectual e moral (O Céu e o Inferno, 2ª parte: Exemplos).

V. Após a nossa morte, o gênio (daimon, demônio) que nos acompanhou durante a nossa vida, leva-nos a um lugar onde se reúnem todos aqueles que devem ser conduzidos ao Hades para serem julgados. As almas, após permanecerem no Hades o tempo necessário, são trazidas a esta vida em numerosos e longos períodos. A palavra daimon, da qual se originou o termo demônio, não se referia ao mal em si, na época em que era utilizada.
Somente na era moderna tem ela esse sentido. Não designava, portanto, entidades malfazejas, mas os Espíritos de um modo geral. Distinguiam-se, entre eles, os Espíritos Superiores, chamados de deuses, e os Espíritos menos elevados, estes os demônios propriamente ditos, que se comunicavam diretamente com os homens.
O Espiritismo diz, também, que os Espíritos povoam o espaço; que Deus não se comunica diretamente com os homens e que são os puros Espíritos que se comunicam para transmitiremlhes a vontade do Criador. Substitua a palavra demônio pela Espíritos e você terá a Doutrina Espírita. Substitua a palavra demônio por anjo e você terá a doutrina cristã.

VI. Os demônios ocupam o espaço que separa o céu da Terra. Eles são o liame que une o Grande Todo a si mesmo. A divindade não entra jamais em comunicação direta com o homem, a não ser por intermédio dos demônios. Através destes é que os deuses fazem o intercâmbio e se entretêm com os homens, quer durante a vigília, quer durante o sono.
Esta é a doutrina dos Anjos guardiães ou Espíritos protetores e, também, das reencarnações sucessivas após intervalos mais ou menos longos na erraticidade. VII. A preocupação constante do filósofo (tal como a compreendiam Sócrates e Platão) é de tomar grande cuidado com a alma, menos pelo que ocorre nesta vida, que representa apenas um instante, porém mais pela própria eternidade. Se a alma é imortal, não será sabedoria viver em função da própria eternidade? O cristianismo e o Espiritismo ensinam a mesma coisa.

VIII. Se a alma é imaterial, ela tem de passar, após esta vida, para um mundo igualmente invisível e imaterial, do mesmo modo que o corpo, por ser material, deverá entrar em decomposição e seus elementos retornarem à matéria. Importa, então, somente distinguir a alma pura, verdadeiramente imaterial, que se alimenta, como Deus, de ciência e de pensamentos, da alma mais ou menos marcada por impurezas materiais, que a impedem de elevar-se ao divino e que a retêm nos mesmos lugares de sua estada na Terra.
Sócrates e Platão, como você pode ver, compreendiam perfeitamente os diferentes graus de desmaterialização da alma. Eles insistem sobre a diferente situação que resulta para ela de sua maior ou menor pureza.
O que eles disseram por intuição, o Espiritismo prova por numerosos exemplos que nos são postos diante dos olhos. (O Céu e o Inferno, 2ª parte.)

IX. Se a morte representasse a dissolução total do homem, isso seria um grande ganho para os maus, uma vez que após a morte eles se veriam, ao mesmo tempo, livres do corpo, da alma e dos vícios. Aquele, porém, que enriquecer a sua alma, não com valores que lhe sejam estranhos, mas com valores que lhe são próprios, somente esse é que poderá aguardar tranqüilamente a hora de sua partida para o outro mundo.
Em outros termos, isto quer dizer que o materialismo, ao proclamar que nada existe após a morte, está anulando toda e qualquer responsabilidade moral posterior à morte e, por conseqüência, estimulando o homem para o mal, significando que o mau tem tudo a ganhar da existência do nada após a morte.
No entanto, será apenas o homem que se enriqueceu de virtudes que poderá aguardar tranqüilamente o despertar na outra vida.
O Espiritismo lhe mostra, através de exemplos que todos os dias são postos debaixo de seus olhos, quanto é penoso para o mau a sua passagem desta vida para a outra. (O Céu e o Inferno, 2ª parte, cap. I.)

Continue Lendo

InTerPretAçãO

Em breve

Assuntos