AuToRidADE Da DouTriNa EspíRiTa

PaRTe 2

AssuNtOS

LivRO

Livro o Evangelho Segundo espiritismo - Espírita Digital

Evangelho SeguNdo o EsPiritismo

1864

PersonAgEm

PosTs ReLacionAdos

COnTroLE UNivErsAl DOS EnSinAmEnTos Dos EsPíriTOs

Recebemos comunicações de perto de mil centros espíritas sérios, distribuídos pelos mais diversos pontos da Terra. De posse de tão farto material, achamo-nos em condições de ajuizar sobre quais princípios revelados se estabelece a unanimidade. Essa observação é que nos tem guiado e nos guiará ao encontro dos novos campos que o Espiritismo será chamado a explorar. É estudando atentamente as comunicações que nos vêm de diversas partes, tanto da França quanto de outros países, que reconhecemos a natureza toda especial das revelações espirituais e a tendência do Espiritismo de adentrar por novo caminho e que lhe chegou o momento certo de dar um passo adiante.
As revelações dos Espíritos, algumas vezes feitas por palavras veladas, enquanto para alguns que as obtêm passam desapercebidas, outros que as recebem julgam-se os únicos a tê-las.
Tomadas isoladamente elas pareceriam sem valor.
A coincidência delas, vindas de tão diversas fontes, dá-lhes seriedade. Inclusive, ao trazê-las ao conhecimento do público em geral, muitos se lembram de terem alcançado instruções semelhantes, com o mesmo sentido.
É na observação desse movimento geral, e no seu estudo, com a assistência de nossos orientadores espirituais, que julgamos a oportunidade de fazer uma coisa ou de abster-nos de fazê-la. O controle universal, assim adotado, é uma garantia para a unidade futura do Espiritismo. É, também, uma garantia de anular todas as teorias contraditórias que alguns lhe queiram adicionar para satisfação de seu gosto pessoal.
Esse é o critério da verdade.
O que assegurou o sucesso da doutrina exposta em O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, foi o fato de que, em toda parte, todos receberam diretamente dos Espíritos a confirmação dos princípios expostos em tais obras.
Se, no entanto, de todos os lados os Espíritos viessem a contradizê-los, esses livros, depois de algum tempo, experimentariam a sorte de todos os que fazem concepções fantásticas.
Nem o apoio dos meios de comunicação os salvaria.
Privados, contudo, desse apoio, eles não apenas ficaram salvos do naufrágio das obras fantásticas, como também avançaram rapidamente por terem o apoio dos Espíritos, cuja boa vontade compensou a má vontade dos homens.
Todas as idéias, pois, quer vindas dos Espíritos ou dos homens, que não se apóiem no controle universal, naufragam por não contarem com essa incontestável força.
Suponhamos que seja da vontade de um certo Espírito ditar, sob um título qualquer, um livro que seja de sentido contrário aos já citados. Suponhamos mesmo que, em razão de intenção hostil, e visando desacreditar a doutrina, a maldade suscitasse comunicações falsas. Que influência poderiam exercer tais comunicações, se por todos os lados fossem desmentidas pelos Espíritos? É com a colaboração dos Espíritos, portanto, que se deve garantir todo aquele que queira lançar um sistema qualquer em seu nome. Do sistema de um só, ao aceito por todos, vai a distância de uma opinião pessoal isolada, à opinião universal.
Que força terão os argumentos dos detratores, para desmentilos, sobre a opinião das massas, quando milhares de vozes amigas, vindas da Espiritualidade, se fazem ouvidas em todo o Universo e no seio de cada família? As experiências não têm confirmado esses princípios? Onde estão todas as publicações que pretendiam arrasar o Espiritismo? Quais as que, ao menos, atrasaram a sua marcha?
Não se considerou, até agora, essa questão sob este ponto de vista, aliás um dos mais graves sem contestação, porque cada um dos contraditores contou consigo só, mas não contou com o apoio dos Espíritos.
A concordância universal, por outro lado, é uma garantia contra alterações que seitas poderiam tentar com o Espiritismo, para ajustá-lo a seus interesses menores. Quem tentasse desviá-lo de seu providencial objetivo, pela universalidade dos ensinamentos dos próprios Espíritos veria cair por terra toda e qualquer modificação que se separe da verdade.
Eis aí o ponto central!
Quem quer que se oponha à corrente das idéias consagradas pela universalidade das manifestações espirituais, poderá causar uma pequena perturbação local e momentânea. Jamais, porém, conseguirá atingir todo o conjunto e, muito menos, dominá-lo por inteiro, quer na hora presente, quer no futuro. Há, portanto, atitude de cautela.
As instruções dadas pelos Espíritos, sobre pontos da Doutrina ainda não suficientemente elucidados, não se incorporarão ao conjunto de leis enquanto não forem sancionadas pela universalidade. A sua aceitação ficará sob reserva e a título de esclarecimento.
Antes de torná-las públicas, há necessidade de prudência.
Se se julgar conveniente publicá-las, deverão ser apresentadas como opiniões individuais, mais ou menos prováveis, porém que devem aguardar confirmação. Essa confirmação é que se deve aguardar antes de apresentar um princípio como verdade absoluta, a fim de não ser acusado de leviandade ou credulidade cega.
Os Espíritos Superiores procedem, em suas revelações, com extrema sabedoria. Abordam as grandes questões da Doutrina gradualmente, sem precipitação, à medida que a inteligência está apta a compreender uma verdade de ordem mais elevada. Aguardam, pois, as circunstâncias propícias para emitir uma idéia nova. Por esta cautela é que, logo no início das revelações, não disseram tudo e nem tudo disseram até agora, jamais cedendo à impaciência daqueles que querem colher os frutos antes do seu amadurecimento. É inútil querer avançar no tempo designado pela Providência, uma vez que os Espíritos verdadeiramente sérios negam o seu concurso.
Todavia, os Espíritos levianos, que pouco se ocupam da verdade, estes responderão a tudo, indiferentemente, vindo daí a causa de respostas contraditórias sobre questões prematuramente abordadas. Esses princípios, acima expostos, não são uma teoria pessoal.
São eles, pelo contrário, uma conseqüência forçada das condições em que os Espíritos se manifestam. Torna-se evidente, pois, que se um Espírito diz uma coisa e outros milhares de Espíritos dizem o contrário em outros lugares, a presunção da verdade não poderá estar com esse que emite idéias isoladamente. Querer alguém ter razão contra todos seria uma falta de lógica da parte de um Espírito, tanto quanto o seriam da parte dos homens.
Os Espíritos sábios, quando não se sentem suficientemente esclarecidos sobre uma questão, jamais a resolvem de maneira absoluta. Preferem declarar que a tratam sob um ponto de vista seu, pessoal, e aconselham mesmo que se aguarde a confirmação. Mesmo que seja grande, bela e justa uma idéia, é impossível que, desde o primeiro momento, ela polarize todas as opiniões. Os conflitos que ela desencadeia são conseqüência inevitável do movimento que se opera. Tais conflitos são mesmo necessários para maior destaque da verdade e são extremamente úteis para que as idéias falsas sejam, de pronto, postas de lado. Os Espíritas que alimentassem qualquer temor por isso, podem ficar tranqüilos, uma vez que todas as pretensões isoladas desaparecerão, pela força das coisas, diante do grande e poderoso critério do controle universal. Não será a opinião de um homem que se unirão os outros homens. A união se dará em torno da voz unânime dos Espíritos. Não será este ou aquele homem, como não será qualquer outro homem, que criará o fundamento da ortodoxia espírita. Também não será um Espírito que virá impô-la a quem quer que seja. Ela nascerá da universalidade dos Espíritos que se comunicam em toda a Terra por ordem de Deus.
Esse é o caráter essencial da Doutrina Espírita.
Essa é a sua força e aí está a sua autoridade.
Deus quis que a sua lei assentasse em base sólida e, por isso, não quis que o seu fundamento repousasse sobre a cabeça frágil de um só homem.
Sob tão poderosa assembléia de Espíritos Sábios, onde não se cultivam facções, nem rivalidades ociosas, nem seitas, nem raças ou cores, é que virão quebrarem-se todas as oposições, todas as ambições, todas as pretensões de supremacia individual. É que quebraremos a nós mesmos, na realidade, se pretendermos substituir, por nossas próprias idéias, os decretos soberanos do Pai. Somente a Ele caberá decidir sobre as questões que causam litígio, impondo silêncio às dissidências e dando razão a quem a tenha. À frente desse portentoso acordo de todas as Vozes do Céu, o que pode a opinião de um homem ou mesmo de um Espírito isolado? Poderá menos que uma gota que se perde no oceano, menos que a voz de uma criança, abafada pela tempestade.
A opinião universal é o juízo supremo.
Ela é a última instância.
A opinião universal forma-se pela soma de todas as opiniões individuais. Se uma delas é verdadeira, tem o seu peso relativo na balança da verdade. Se, porém, for falsa, ela não prevalecerá sobre todas as outras. Nesse imenso concurso, as personalidades se apagam e, nisto, se encontra um novo insucesso para o orgulho humano.
Já se esboça, pois, o harmonioso conjunto.
Este século não passará sem que o harmonioso conjunto resplandeça em todas as suas luzes, de maneira a afastar todas as sombras das incertezas. Poderosas vozes terão recebido a missão de se fazerem entender, a fim de congregar os homens sob uma mesma bandeira, tão logo o campo se ache suficientemente preparado para a sementeira. Enquanto isso não se dá, o homem que estiver flutuando entre dois sistemas opostos poderá observar em que sentido se forma a opinião geral: a indicação certa será aquela em que se pronuncia a maioria dos Espíritos sobre os diversos princípios da Doutrina, nos diversos pontos em que se comuniquem. É o sinal certo de qual dos dois sistemas prevalecerá.


PARTE 1

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